03 fevereiro 2008

Trecho de carta nao publicada.

Projeto parado, writer's block.
Projeto deixado, writer's block.
Projeto inacabado, editor me deixou.

"
(...) Encontrei em uma caixa perdida as cartas que lhe escrevi. Tantos anos se passaram desde a ultima vez que eu as li. Depois de algum tempo eu deixei de ter necessidade de ler e reler o que escrevi antes de voce sair da minha vida. Sim, sair da minha vida pois foi tao inesperado, mas ao mesmo tempo facil de se imaginar que voce iria do jeito que foi. Apenas alguns meses depois que aceitei o seu pedido e um ano depois que demos o primeiro beijo. A sua familia resolveu me entregar as coisas, acho que de certa forma tornaria as coisas mais faceis, do mesmo modo que eu devolvi tudo que foi me presenteado, te-las sem voce, me machucava demais. Ainda assim guardei o meu anel, as cartas e a nossa historia. Essa historia que digo com tanta paixao, com tanta lembranca, com tanto carinho. Ja senti triste ao lembrar ou comentar sobre o que vivemos, como nos encontramos, como comecamos e o que aconteceu conosco. Passei anos tentando te esquecer. Hoje nao mantenho nenhum contato com a sua familia. Achei melhor assim. Seria muito doloroso para ambos. Relembrar a sua juventude, a sua forca de vontade, a sua persistencia, a sua pessoa.
Fazem 12 anos que voce saiu de minha vida por inteiro, o mesmo tempo que nos conhecemos. Engracado isso, depois de tanto tempo parar para escrever essa carta pra ti. Nem olhei mais para as nossas historias, as nossas cartas, as nossas coisas. Eu apenas segui com a vida sem voce. Me vejo aqui em casa sozinha pensativa, num apartamento de 2 dormitorios na Bela Vista, com uma vista linda, e algumas noites imagino o que voce acharia daqui. Como gostaria de poder falar com voce. Apesar de tudo, eramos tao amigos. Voce sabia mais de mim do que eu me conhecia. Como isso pode ser possivel? Como foi que chegou a desvendar essa miscelania de mudancas, tanto comportamentais quanto sentimentais?(...)
Vamos esquecer essa coisa de falar sobre as coisas de hoje, de ontem, de amanha. Vamos parar de lembrar como o mundo gira, ontem, hoje e amanha. Vamos deixar todas as coisas de lado e pensar no que tivemos. Melhor vamos falar mais sobre nos. Vamos lembrar sobre a nossa historia. Vamos reviver todos os momentos que passamos juntos. Vamos reler as nossas cartas, ou melhor, as minhas cartas. Voce nunca foi muito bom com letras, com palavras, com sentencas. Sempre preferiu gastar mais dinheiro falando comigo, ou fazendo alguma surpresa. (...)
Nao acredito que fazem 12 anos isso. Nao acredito que voce saiu da minha vida a tanto tempo assim. Nao acredito que tenho que continuar o meu caminho e nao te ter comigo. Nao acredito em tanta coisa, mas nao posso chorar, gritar, me acabar, pois a ultima coisa que me disse foi para ser forte. No Matter What!!!! E isso que faco desde entao. Continuo aqui vivendo, sofrendo, lutando, sendo forte.
A.S. voce saiu da minha vida e alguns anos depois D.L. tambem se foi. E continuo aqui procurando por alguem que ira sentir o mesmo que voce e D.L. sentiram por mim um dia. Engracado eu ter tanta abertura para lhe dizer coisas sobre D.L. e nao ter medo de te magoar, ou de te enfurecer. Acho que o que sentiu por mim foi algo maior, incompreencivel para algumas pessoas. E talvez por isso tao lindo para mim. Termino hoje por aqui. Sem poder esperar por respostas tuas, sem poder ouvir a sua voz, e principalmente, sem poder ir atras de ti. E enquanto isso leio as tantas cartas que um dia eu lhe enviei e fico tao feliz de ver o como guardou com tanto carinho, ate os mais bobos cartoes postais!

Beijos meu querido A.S.!!!!!!!!!!


***

E assim vai mais um trecho do livro que talvez nao seja mais publicado.
Cartas a A.S. (nome indefinido)
mais um projeto de livro que nao saira de arquivo... se o meu editor nao voltar.

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